quinta-feira, 4 de agosto de 2011

É uma nova manhã

"Vai sim. Vai ser sempre assim, a sua falta vai me incomodar"

Logo cedo, o cheiro de café recém-passado me acordou. Fraco e doce, o meu preferido. Adorava quando acordava cedo e me fazia café. Era simples, extremamente comum, para a maioria, mas aquilo implicava em algo bem mais intenso para nós dois. Era amor, cuidado, era uma forma nobre de dizer eu te amo - posso dizer que uma das melhores, no meio de tanta falsidade e cinismo em que se encontra o mundo -. Era o nosso jeito único e estranho de demonstrar carinho, e uma série de outros sentimentos, com pequenos gestos.

Colocou-me uma caneca semi-cheia e levou até a cama, acompanhado de um belo sorriso, de um olhar encantador logo ao amanhecer, e de um sussuro de bom dia, e em um singelo gesto, me beijou a testa.

Foi quando acordei.
E odiei-me por tal ação.
Não sei bem se foi pelo fato de ter acordado, ou por ter sonhado novamente com ele.
Sonho ou pesadelo, tanto faz, não foi real. E infelizmente parte de mim se entristeceu por isso, e deixou algumas poucas lágrimas caírem. E agi errado novamente, peguei aquele meu casaco que ainda leva um pouco da tua lembrança, e fiquei ali sentada, até voltar a ter sono. Já é madrugada. Um novo dia está pra nascer, mais um dia pra viver, mais uma chancer de mudar. É assim que tem que ser.

Peço todos os dias que consiga te deixar no passado, e te ter apenas como uma boa lembrança qualquer. Sem apego. Sem saudade.

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