sexta-feira, 17 de maio de 2013

O não-ocorrido. A covardia.


Só houve lágrimas, e covardia.
Foi frio. Foi falta de coragem.
Ela queria. Tinha expectativa. Mas pensou duas vezes,
De novo.
E hesitou.

Ela sabia que tinha deixado o momento escapar, e se odiou o resto da semana por isso.
Perdera aquele momento. Deixara ele sem amparo.
Por covardia.
Covarde.
Covardia.
Adia. Adiou.

Falhara. De novo.
De novo? De novo.
Ainda que tentasse aceitar que o não-feito não poderia ser mudado, não conseguia.
Não conseguia dormir com a angústia do não ocorrido.

Era uma espécie de ódio-próprio,
pela falta da preciosa coragem.
Coragem!

"Quer tomar um pouco de ar?", alguém lhe perguntou,
"Aceito coragem,se tiver", pensou. - Acho que sim, respondeu.
O pulmão se enchia de ar, e a cada respiração sentia-se despedaçando.

(Sobre você. E o não ocorrido.
De novo. De novo) 

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